Páginas

terça-feira, 16 de maio de 2017

20 fatos totalmente aleatórios sobre mim


De repente bateu uma vontade de fazer listas e resolvi me expor na internet hahaha. Vamos lá pagar um mico com a famigerada lista dos 20 fatos aleatórios sobre mim:

1 - Torço secretamente às vezes nem tão secretamente assim pelo fim da era do Facebook

2 - Minha cor preferida passa por diferentes tons de azul

3 - O dia em que fiquei acordada até mais tarde na minha vida foi quando tive que arrumar as caixas da mudança

4 - Tentei em vão manter um bullet journal decente, mas o ano nem acabou e eu já vejo essa batalha como perdida

5 - Tenho mania de fazer listas ou essa é uma mania da minha geração? e já tive perfil numa rede social de listas!! Detalhe: eu gostava pacas

6 - Já quis ser antropóloga

7 - Ainda hoje eu tento achar o vídeo das Lesmas de Arroto (entendedores entenderão), mas não acho. Se você tiver, faz o favor de ser do bem e compartilhar

8 - Sou PhD em procrastinar e viciada na adrenalina de entregar os trabalhos da faculdade em cima da hora

9 - Tentei ser redatora freelancer algumas vezes, mas sofria de arrependimento toda vez que tentava negociar um valor justo - porque na sociedade, aparentemente, redatores vivem dilemas similares aos pessoal da arte. #TáPhoda

10 - Sou caiçara, mas não sei nadar, nem surfar e fico vermelha quando tomo sol

11 - No Ensino Fundamental, eu me surpreendi quando a diretora me elogiou numa reunião da sala e me entregou um certificado de aluna destaque da turma

12 - Na época da escola eu fazia o estilo fundão ft nerd, adorava matemática e português e vivia atrasando a devolução dos livros na biblioteca

13 - Uma vez eu andei de banca em banca procurando figurinha pra completar meu antigo álbum de Harry Potter e o Cálice de Fogo

14 - Já tentei manter uma correspondência por carta com uma amiga e não conseguimos cumprir nem a primeira tentativa (meses depois eu acabei entregando as cartas pessoalmente pra ela)

15 - Por outro lado, mantive por meses (ou foram anos?) uma correspondência virtual com a minha tia. Trocávamos e-mail regularmente e eu adorava ler as respostas dela

16 - Sou fã do Belchior e da Laura Pausini

17 - Ultimamente estou viciada em sebos

18 - Fui no karaokê com uns amigos e cantei Metamorfose Ambulante me senti tipo no The Voice

19 - Gosto de Netflix, mas vivo num mundo paralelo e por isso nem tento me render a esse mundaréu de séries novas. Vejo as que eu gosto e, quando algo novo chama minha atenção, eu coloco numa lista  pra ver quando os fatores vontade e tempo livre se encontrarem

20 - Já tentei fazer um clube do livro com os amigos. Não deu certo por motivo de desistência deles digo mesmo, por mim tava lá firme e forte. tenho até a lista, que ódio

***

E se você algum dia quem sabe talvez ler esse post e sentir aquela vontade marota de compartilhar algo estranho sobre você , fique a vontade. Os fatos aleatórios costumam ser os melhores.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sobre ser ousada feat corajosa e fazer jus ao meu nome

Parte de mim insiste para que eu comece dizendo que estou numa enrascada, embora muitas pessoas possam discordar de mim e me dizer que não, eu não estou em enrascada nenhuma e que esse é mais um daqueles episódios da vida sobre oportunidades que surgem. Se você é das pessoas que prefere ver as coisas através desse prisma, então vamos lá: a minha oportunidade surgiu.

Tudo começou quando, por um motivo aleatório, precisaram mudar as coisas de uma das jornalistas lá do trabalho para outra mesa. Estagiária que sou, me ofereci pra ajudar. Mas aí é que tá a graça da vida: era pra ajudar a carregar livros. Minha vontade era de dizer: sai, ninguém toca! Deixem que eu levo todos - mas eu me conformei a levar a minha humilde pilha de livros sem causa embaraços que comprometessem minha quase recente trajetória na profissão.

Foi aí, quando permiti que o autocontrole pairasse sobre mim, que algo inusitado aconteceu. Parei perto da nova mesa da jornalista e, de repente, não mais que de repente, qual o livro que estava logo de cara na pilha que já tinha sido levada pra mesa nova? Qual? Qual? 

O próprio. Um gato chamado Borges. Eu posso ouvir um miau?

Aí, você me pergunta:

- Andressa, mais suas pernas tremeram? 
- Sim, elas bambearam, não vou negar - eu te respondo. 

Daí você insiste:

- Ficou parecendo que o universo conspirou para esse momento, para que as coisas fossem mudadas de mesa JUSTAMENTE no seu horário?
- Aham!!!!, concordo eu enfaticamente.

Mas a vida, essa engraçadinha, não deixou as coincidências ficarem por aí, não. E é nessa parte que o título deste post vai começar a fazer sentido. Afinal, se você não sabe, Andressa quer dizer corajosa e eu não vou mentir que risos ocasionais me veem aos lábios enquanto eu relembro cenas em que eu grito de medo por causa de baratas que aparecem do nada. Porém, entretanto, ademais, quando eu vi o livro, eu abri mão da minha atitude de decoro que seria algo como: ENTRA EM CENA/- Aqui estão os livros/ SAI DE CENA. Nã nã não. Eu emendei um: Nossa!Nãoacreditoquevocêtemesselivro!Vocêjáleu?Oqueachou?ViresenhasSUPERBOAS!Queromuitoler! E assim, mais de repente do que o de repente anterior, eu estava com o livro nas mãos para ler e a responsabilidade de resenhá-lo para o jornal. 

Nessas horas , não cabem palavras. Deixemos emojis raiz falarem por mim:

\o/
 ¯\_(ツ)_/¯

Eu nem devia estar aqui esbanjando felicidade por algo que provavelmente não vai ser publicado. Mas só de ler o Gato, já estou feliz demais. Tô nas páginas finais e vou produzir a resenha - baita frio na barriga, apesar de eu já ter feito algumas bem bobinhas aqui no blog. 

E, não vou negar: minha impulsividade, apesar de ter me surpreendido, me deixou feliz de ter a oportunidade de honrar meu nome. Tô sentido que não é hora de decepcionar e trechos de Me adora ecoam na minha mente.


Agora é torcer pra que esse sonho tão sonhado se torne realidade perdoem o clichê

quarta-feira, 10 de maio de 2017

4 ON 4 - Maternidade como tudo aquilo que ganha vida em nós

Essa edição foi tensa: vamos começar por esse ponto. Bomba lançada, que conste nos altos que o desafio desse mês fez jus ao nome. Foi "desafioso", o bonito.

Os percalços no caminho existiram, óbvio, e depois dessa tripulação ter perdido uma das suas integrantes, optamos por mudar a data da postagem desse mês pro dia 10. Agora somos um 4 ON 4, mas nem por isso menos interessante. Continuamos no barco remando pra vocês admirarem esses rebentos paridos que são nossos posts nesse projeto.

O tema das nossas fotos-filhas de maio é tchan tchan tachan tchan: "maternidade". (Eu juro que não tento ser óbvia, mas meus trocadilhos são mal feitos mesmo). E é claro que eu pensei logo de cara: é dessa vez que eu vou dar pra trás. Mas não, o destino mexeu seus pauzinhos. Eu estava pensando que não ia rolar porque maternidade não é uma coisa que está na minha rotina ultimamente. Mas aí comecei a pensar no sentindo mais amplo do termo e me surpreendi ao perceber o quanto eu estava enganada.

Acho que o resultado ficou interessante.

Mas antes,

Visite as blogueiras do projeto

E eis aqui as minhas filhas:

a foto de um convite de chá de bebê, que mostra como a maternidade começa na preparação

a foto uma série que fala sobre a relação entre mãe e filha (e que é uma das minhas favoritas)

a foto (de uma foto) da bailarina Isadora Duncan e seus filhos que está na biografia dela

a foto um quadro pintado por moi e que mostra como nossos "filhos" podem nascer em outros formas - além da humana

***

Isso é tudo por hoje. Foi difícil, mas deu certo no fim e isso é o que importa. Que venham os novos desafios mentira, podem demorar.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Para lembrar Belchior

Belchior | Divulgação

Abril não poderia ter acabado de um jeito pior. Depois da notícia da morte daquele que se tornou meu cantor preferido, eu constatei que, definitivamente, vestígios de 2016 ainda pairam no ar. Belchior se foi. A tragédia maior que poderia acontecer ficou mesmo para o quarto mês do ano que prometia ser melhor. 

Não posso reivindicar meu lugar de fã número 1, até porque nem sequer cheguei a ouvir todas as suas composições. Acontece que música, pra mim, tem que ser levada no ritmo de um bom livro: nem sempre dá para digerir às pressas. E eu ainda não digeri as letras de Belchior. Cada uma delas ficava semanas, meses rodando na minha cabeça e elas sempre fizeram um sentido além do comum desde quando eu as ouvia pela primeira vez.

Eu gosto de Chico, Caetano e outros nomes da MPB que se solidificaram com um trabalho construído na época da ditadura, mas Belchior sempre veio antes e eu nem sei bem explicar o motivo. Talvez seja porque a minha história com esse cantor foi pautada na descoberta - mas isso é uma hipótese.

Nas minhas famigeradas aulas de literatura no ensino médio, certo dia me deparei com o poema "A palo seco", do João Cabral de Melo Neto. Em um box constava a relação do poema com a música homônima e, foi assim, desprevenida, que eu entrei nessa estrada sem volta.

Lembro que, ao chegar em casa, eu procurei a música no YouTube e escrevi a letra em uma folha de caderno. Tudo porque a professora de literatura fez um comentário que me instigou a conhecer essa música, e também o cantor. Com a letra anotada, eu fui relembrando a melodia recentemente ouvida enquanto ia pro trabalho. Naquela época tecnologias que envolviam músicas em celulares e afins ainda não faziam parte da minha vida.


"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos, lhe direi
Amigo, eu me desesperava..."

A letra me pegou.  A música me pegou. Eu a repeti por dias seguidos no YouTube, baixei pelo falecido aTube Catcher e ainda hoje tenho esse download em mp3 comigo aonde quer que eu vá.

Eu não lembro qual foi a segunda música do Belchior que eu ouvi, mas sei que naquele ano de 2010 eu escutava muuuuito Memórias a respeito de John, Como nossos pais, Apenas um rapaz latinoamericano e Velha roupa colorida. E nossa! como eu discordava totalmente de Velha roupa colorida. Como assim "o passado é uma roupa que não nos serve mais"?, perguntava indignada a Andressa de 17 anos. Porque eu tinha mil teorias de como o passado seria um aprendizado, que serviria como guia para nortear as vidas para longe dos erros cometidos. Hahahahahaha. Hoje eu entendo tanto essa música que ela é uma das minhas preferidas. (E, por mais que eu admire Elis, odeio essa música na versão "imortalizada" por ela. Desculpa, mundo).


"Você não sente não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era jovem novo, hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer..."

Depois vieram outras e todas elas sempre me fizeram querer, um dia, conhecer esse cantor (Divina comédia humana, Tudo outra vez, Coração selvagem, Alucinação, Pequeno mapa do tempo, Medo de avião, Balada de Madame Frigidaire, Brasileiramente linda, Na hora do almoço, Quinhentos anos de quê?, Esquadros, Os profissionais, Sujeito de sorte, Jornal bues, Voz da América e Galos, noites e quintais).

Eu queria conhecer o Belchior, mas não pra ir num show, pegar autógrafo e essas coisas. O que eu queria era uma oportunidade pra, sei lá, encontrar com ele e dizer: "Nossa, admiro demais o seu trabalho, as suas músicas. Elas fazem sentido pra mim de um jeito que eu nem sei explicar".

Quando o jornalismo entrou na minha vida e os amigos começaram a falar de seus sonhos na profissão, eu pensava que se um dia eu pudesse entrevistar o Belchior, eu me sentiria realizada e esse seria uma espécie de marco que eu levaria pra sempre comigo. E nem precisava ser para algum veículo específico. Que fosse uma entrevista pra eu publicar na agência de notícias da faculdade ou nesse blog mesmo hahaha. Mas acho que se um dia isso pudesse acontecer, eu não teria a compostura que a profissão exige em situações como essa.

E é assim, sem possibilidades, que estamos todos nós que admiramos esse cantor. Fui achar um conforto lá no instagram.com/voltabelchior e me senti compreendida. Encontrei tanta gente e foi bom demais ler os comentários de quem admira as músicas dele.

O que me consola é saber que ainda há muito de Belchior por aqui, para ser ouvido e apreciado. Nesses últimos meses eu descobri uma outra música que me cativou de um jeito louco: Paralelas. Eu já conhecia, mas nunca tinha parado para ouvir com atenção. E, agora, ela não sai de mim.


"Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel,
o que é paixão..."

Como deixar ir assim um dos, literalmente, maiores nomes da MPB? Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes. Esse nome, de tão grande, parece até nome de gente da realeza. Como deixar partir um dos únicos que abriu mão da sedução que é ser idolatrado para fazer um alerta a todos: "Não me sigam, porque eu também estou perdido"? Esse alerta que faz tanto sentido em tempos como os nossos.

Por mais que o momento seja propício, ainda não estou pronta para ouvir Arte final. Meu adeus vai ser bem assim, aos poucos. E, talvez, ele nunca seja um "adeus" de fato, e sim um eterno "até logo".