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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nada Dura Para Sempre...


Foi exatamente por essa imprevisibilidade (essa palavra existe?) de quando eu postaria sobre os livros que no lugar de "Livro da SEMANA" coloquei "Livro da VEZ".

Eu, realmente não me dou bem com rotinas, tempo cronometrado e afins. Mas, enfim, antes de partir ao comentário do livro, fico a fazer uma conexão de sentido entre minhas ações e esse título. "Nada dura para sempre", tudo, na vida, é uma fase que você precisa vivenciar para crescer como pessoa. Agora, vamos ao livro.

Faz algum tempo que o li e seu enredo é bem interessante. Escrito por Sidney Sheldon, famoso por seus bests-sellers, o enredo é pretensioso pois não usa o jogo de 'há um segredo no ar que o leitor precisa descobrir'; pelo contrário, nós vemos tudo do ponto-de-vista de vários personagens, somos leitores oniscientes. Mesmo a personagem principal, Paige, não é a única no qual o livro mantêm o foco (mesmo sendo ela, digamos, 'aquela que faz a história ir para frente').

Vou apenas sublinhar alguns pontos do romance ao invés de entregar o jogo. O ambiente criado no livro é o de um hospital (visualize Gray's Anatomy. Pronto? Então, vamos continuar). As únicas três residentes do sexo feminino no hospital moram juntas (racham o aluguel) e é basicamente assim que a história das três se entrelaça.

Vários temas são abordados, dentre eles a ética médica, eutanásia, a condição da mulher na sociedade, conquistando espaço antes destinado aos homens e, claro, como não falta em romance algum, temas como sexo e triângulo amoroso são explorados também. Mas, vale a pena ler, pois o autor teve um cuidado especial em relatar o ambiente médico de forma surpreendente (ele demonstra na escrita um conhecimento profundo a respeito desse ambiente, mesmo não sendo algo do seu cotidiano). E o título casa perfeitamente com tudo o que é relatado, pois quando você não vê saída possível no enredo (além é claro de uma pausa mais ou menos: 'então, esse foi um sonho..." ou "esse é um romance onde vacas voam e a personagem desaparece no ar", etc) acontece o inesperado que realmente mostra que nada é eternamente feliz ou triste, angustiante ou parado, apaixonante ou desvairado. Tudo continua, o mundo gira e a vida se refaz em várias faces de novo e de novo.

Enfim, está recomendado e comentado. É uma boa sugestão para quem resolver ler.
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Eu sei, eu sei. Ir de um livro me-ajude-a-estudar para um romance/best-seller é um salto e tanto. Vamos dar outro salto então...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Script...


Quantas vezes, durante nossos dias, nos conformamos seguindo um script? Parece que nada de novo há, que o que se vive é ensaiado e que não há permissão do diretor da peça da vida para que improvisemos. Então, nos vemos conformados, seguindo um papel que não nos agrada porque é difícil sermos nós mesmos. Não há ânimo capaz de nos fazer ousar. Então, seguimos o script.

Noutras vezes há oportunidade para que sejamos o que, de fato, somos e improvisemos um pouco, mas a preguiça nos domina e acabamos, novamente, seguindo um papel pré-escrito para nós.

O palco é nosso! O que nos falta? Muitas vezes é a coragem que vacila. "O que vão pensar de mim se eu agir dessa maneira e não daquela?

Nos vemos inconformados, seguindo um papel que não nos agrada apenas para que outros nos aprovem. O ser humano e suas capacidades!

No entanto, haverá um momento único, um momento não previsto em script algum. Algo fora do padrão ao qual nos acostumamos. O que faremos?
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O que você fará? Bom, pergunte a si mesmo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Me mantenha olhando para baixo...



Se saio para comprar algo, dinheiro apertado, suado, poupado: me mantenha olhando pra baixo.
É sua tática mais cruel. Entro numa loja e percebo todos ao meu redor: cabeças erguidas ou abaixadas, todas em suas condições.
Me mantenha olhando pra baixo.
Você, não sei como, me conhece, me sonda e me mantém olhando pra baixo.
Seus preços, não posso pagar.
Seu luxo, só posso sonhar.
E, você, não sei como, ágil, esperto e atento me mantém olhando pra baixo.
Por um longo tempo, não percebo sua mensagem.
Por outro tempo não percebo o constrangimento em apontar o que quero.
Não percebo seus olhares, seu modo de me tratar, de me atender.
E você? Você me mantém olhando pra baixo.
Depois de um tempo breve saio da sua vista.
Penso, meu dinheiro!, continuo andando, tão suado!, ando mais, se foi todo!.
E você? Você somente pensa, ela quis o mais barato.
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E eu? Bom, eu entendo sua jogada,e entro, anos depois, noutra loja, disfarço olhando pra cima quando o que quero e o que posso está embaixo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Devaneios de uma adolescente... (IV)

CAPÍTULO 4: Subindo mais que o permitido...

Bem, por ter esse nome ouvia sempre algum trocadilho. Porém um, em especial, me fez querer desmentir essa babaquice que já me chateava há muito tempo. "Tu chegarás até este ponto e daqui não passarás", era a frase que mais me irritava. Com esse trecho bíblico faziam alusão ao fato de uma lichieira não ultrapassar, geralmente, os 12 metros de altura. 

Diziam sem dizer que eu não deveria sonhar mais alto do que eu poderia subir. Também diziam sem dizer que o melhor era eu traçar meus planos futuros abaixo desses 12 metros para que não quebrasse a cara. Eu não ouvi, ou melhor, fingi que não ouvi. Subi sem me importar que, quanto mais alto eu alçasse voo, mais dolorida seria a queda.

Devaneios de uma adolescente... (III)

CAPÍTULO 3 - Um nome quase de fruta...

Bom, deixe-me apresentar aos leitores o nome dado à minha pessoa: Alíshia. Bem, não posso negar que minha mãe é repleta de estrangeirismo e não poderia deixar escapar isso ao nome da prórpria filha. Um nome americano, inglês ou sei lá mais onde existe, sei porém que nunca escutei de um brasileiro nativo. Se você também nasceu no país do Carnaval e se chama assim, por favor, apresente-se! Sim, faça com que eu não me sinta tão única assim.

Mas, a verdade é que esse é um nome quase de fruta. Quem já ouviu falar da lichia? A Litchi chinesis, fruta originária da China, tem uma polpa semelhante àquela gelatinosa da uva, e sabor semelhante ao do coco. A própria fruta é uma mistura. Pois então, pega-se o nome de uma fruta estrangeira que tem caído no gosto dos brasileiros, põe-se S no lugar de C, acentua-se o primeiro I e você tem meu nome. Minha mãe e suas brincadeiras experimentais!
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(Esse é o terceiro capítulo de uma história fictícia, de minha autoria. Continuarei a postar minhas observações, meus poemas, contos dentre outros, tudo no seu devido tempo. Essa é apenas uma história que precisa sair de mim e ter vida própria. É por esse motivo que a trago até aqui, pois sei que nesse solo ela terá o necessário para amadurecer. Fica, então, meu devaneio tentando tomar forma de história com início, meio e fim. O título é o mesmo do blog. 

Para os interessados, deixarei todos os capítulos com o mesmo marcador (Devaneios...).

Boa leitura a todos!

Devaneios de uma adolescente... (I e II)

CAPÍTULO 1 - Apresentação...

É, a vida é mesmo essa. A gente espera, anseia pelo futuro e, quando ele chega, frustra nossas expectativas e nos faz desejar novamente o antigo. E é exatamente isso que tem acontecido comigo. Bem, puxe uma cadeira, sente e leia: a história é longa! Mas pode acabar não sendo. Tudo isso depende do acaso, de como me sentirei ao confessar meus segredos. Mas vamos começar com algo alegre, só para quebrar esse clima de monotonia que pairou no ar. Vamos começar com algo que todo mundo quer muito saber. Então o próximo capítulo será dedicado a isso.


CAPÍTULO 2 - O que vem é do céu...

Confesso! Confesso a culpa de confiar demais em mim mesma. Confesso que não sei ouvir os outros quando não estou afim. Confesso que estou tentando andar com minhas próprias pernas, mas tenho caído constantemente. Confesso que a palavra "desistir" quer se tornar a única do meu recém dicionário da vida. 

Eu estava na sala, recostada no sofá, ouvindo "Eu só quero saber em qual rua a minha vida vai encostar na sua...", mas meu pensamento estava muito longe do amor. Meus pensamentos beiravam o orgulho. Orgulho do que estava por vir: a independência! E como eu a esperava. Eu queria tanto, mas tanto ser, como dizem, "dona do meu próprio nariz" e isso pra mim significava fazer o que eu quisesse. Para isso eu precisava de dinheiro. Disso você já deve imaginar o que eu fiz: eu busquei por um emprego. Como disse, meus pensamentos beiravam o orgulho, sendo assim eu não me rebaixaria implorando aos meus pais um dinheiro que eu mesma era capaz de conseguir sozinha. 

Sim, eu era capaz!

E como prometi que esse capítulo seria sobre algo que muitos querem saber, então está aí: a exposição dos pensamentos íntimos e secretos, de algo que levou-me a ser ferida no lugar que mais doi: no meu orgulho. Mas eu estava cega: "o que vem é do céu", pensava erradamente. Pobre garotinha! Que tola eu fui!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Soneto de um momento...


Sou o vento, sou a brisa, sou farsante
corro ao tempo e sopro inverdades,
salpicadas com temperos de maldades
Pra, no fim, resignar-me ofegante.

Completissimamente iludida
permaneço mirando o abismo.
'Sou o vento', grita o falso otimismo;
Sou a brisa verdadeira e vendida.

Sou o vento que anuncia a sua morte.
A sua partida acabada e sem sorte
foi encerrada. Dê-me a mão, venha comigo.

Sou a brisa adorada pela terra,
sou aquela que na paz declara guerra
e vende a alma aliada ao inimigo.