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sábado, 1 de junho de 2019

Sobre viagens e o tempo que insiste em passar

Acervo pessoal/Andressa Lima

Viajar me dá uma tristeza tão grande. Ver a paisagem passando esmaga meu coração.

Eu me lembro de tanta coisa, de deixar o Guarujá, do que vi, do que vivi e parece que estar em um trem ou ônibus em alta velocidade me faz perceber o quanto tudo passa tão rápido.

Viajar me faz perceber que somos bem pouco perto de tudo o que existe. Que não podemos com o tempo. Que só temos o agora. Que tudo vai passar.

Se tem uma coisa que acho difícil como capricorniana é deixar as coisas acontecerem e irem embora. Eu busco uma estabilidade que, se eu pensar bem, é quase como travar uma luta contra o tempo. Eu quero que as coisas continuem num mundo em que tudo está destinado a passar e a passar bem rápido.

Viajar é um balde de água fria em mim mesma. É um tapa na cara. É um lembrete constante de que o que eu quero é difícil, quase impossível. De que eu posso estar buscando algo que não vou encontrar porque simplesmente esse algo não existe.