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O amor se levantou, andou e eu o vi virar a esquina até perdê-lo de vista, enquanto eu permaneci sentada, esperando ele voltar.
Vez ou outra, um rosto desconhecido passava e eu chegava a jurar que era o amor voltando. Vez ou outra sentimentos desconhecidos se sentaram ao meu lado e eu fingia que era o amor ali.
Até que um dia eu decidi chamar o amor. Para minha surpresa, ele voltou, mas disse que não poderia se sentar de novo comigo: eu já tinha passado da hora de levantar.
Foi difícil, no começo. Tive a sensação louca de que minhas pernas não queriam me obedecer, mas resolvemos seguir mesmo assim, o amor e eu.
Ainda me lembro daquele banco onde fiquei sentada tempo demais... eu pensava que teria saudade de ficar sentada, que sentiria falta do lugar e da vista, assim como senti quando o amor se foi. Mas não. Seguir andando em boa companhia tem me feito apreciar a vista com mais intensidade, afinal de contas ela muda a cada passo.
Às vezes encontro outros bancos e penso em como seria se eu voltasse a me sentar, a ter a tranquilidade de ver a mesma paisagem e poder descansar os pés. Mas os pensamentos voam e logo o amor me aponta os muitos outros bancos a nossa volta.
Por ora, decidi seguir caminhando e, quando me sentar, quero me certificar de que o amor quer se sentar também.
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Esse post faz parte do BEDA, porém não foi escrito hoje. Ele é recente e estava no meu bloco de notas. Então, para não recorrer a maracutaias como ontem, escolhi essa saída mais digna. No mais, desisti do banner.
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