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terça-feira, 8 de março de 2011

Minha viagem histórica..


Amanheci e coloquei o pé no chão. Era um chão diferente, mais cool, me disseram. Eu e minha mania de imaginação fomos andar por aí. Mas, o legal, é que era num outro "aí" no qual nós andávamos e, de repente, nós corríamos e voávamos, nós fazíamos revolução. E depois de tanto voar, nós paramos, do nada, só pra ver uma umas pinturas estranhas numa pedra com dinossauros nos olhando...

Depois corremos tão rápido que eu, de repente, era luz. Mais pra frente paramos para piratear com caras em barcos e pra ver guerras. Vimos ocupações. Vimos Roma crescer e cair. Vimos deuses e heróis gregos num ideal triplo. E nós ouvimos mitologia.

Mais pra frente, corremos da Peste Negra e queríamos pular toda a história só pra ver dançar Isadora Duncan e pra ver Olga desmaiando na prisão. Depois, num olhar que eu bem conhecia, me convidou pra ouvir música e ver Alma Rosé, em Auschwitz, reger sua orquestra de lutadoras. Você me convidou pra ir ao dormitório e eu fui de olhos fechados, só pra não ver horror e, então, lemos nas paredes palavras de esperança: "Amanhã eu fico triste..."

Você me convenceu a ver cartazes dos cinemas e lembrar de Anne e eu ri. Depois me jurou que acabaria bem,"você vai ver", me disse. Fui com você tranquila e, de repente, o Japão recebe uma rosa radioativa. Me desapontei. E de novo vi você falhar quando vimos começar a Guerra Fria e, então, me lembrei da Rússia, mas você não me deixou prosseguir.

Corri pra um país tropical, pensando escapar. E de repente, estoura rock'n roll, depois bossa nova (e eu ouvindo Nara cantar mesmo preferindo Elis) quando, de repente, Ditadura... E aqui e ali tudo era proibido e, percebi assim, sem mais nem menos, que o Medo estava viajando com a gente fazia muito tempo e me perguntei se você o tinha inventado... Não, eu tinha.

E, mesmo assim, pensei em retroceder a viagem para buscar a caixa da Pandora, só pra mostrar que ainda restava a Esperança, mas você me disse: "Não! Eles dirão isso com música" e eu te ouvi.

E, me lembro, de ter encolhido no canto por ver discriminação nos EUA, por ver a guerra do Vietnã, por ver repressão e depois de sorrir vendo hippies e punks. Abaixei a cabeça com o apartheid e com Ruanda, porque me lembrei da menininha e de Imaculée... E, de repente era outro milênio e eu me perguntei se tudo recomeçaria...
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Você me estendeu a mão e disse "Vem, vamos pra casa" e eu lembro de ter olhado pra trás e visto o Katrina, o Haiti, a China tremer e o Chile também. E você me dizia "Bem, eles farão uma música pra isso" e fomos embora.

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