Aviso - a introdução desse post é longuinha. Então, vamos naquele esquema da praticidade que já usei em outro post: para ler na íntegra, mete bronca e pra ler a versão resumida, vá para a parte negritada. Bora lá.
Hoje eu camelei pela blogosfera - como de praxe, enquanto a vida não resolve entornar o caldo pro meu lado. E encontrei blogs muito legais. Muito legais mesmo. Na maioria das vezes eu chinelo por horas e não acho leituras agradáveis, mas hoje acho que tive sorte. Ou, talvez, tenha pegado o jeito, porque depois de tanto tempo alimentando essa prática, um dia a gente tem que acertar o ponto, né?
Minha lista de 'blogs pra visitar com frequência' tá crescendo e isso significa que eu tô encontrando pessoas que postam um conteúdo legal e do meu agrado. Ipi ipi urra. E isso me animou tanto - mas, calma, porque não foi só isso.
O motivo de ser desse post não é listar esses blogs - porque eu tenho fé de que encontrarei mais deles e não quero acabar com minha maré de sorte. Mas a verdadeira motivação é que, lendo a página 'Sobre' da maioria deles, eu me identifiquei. E a identificação foi tanta que me veio a ideia de escrever sobre essas similaridades que nos levam a blogar, apesar dos pesares.
1. Não temos tempo
Não somos popstars, muito menos assediados por fãs, mas temos compromissos que vão desde a faculdade, até o trabalho e as obrigações da vida cotidiana. Pero así mismo, com todas as coisas que nos sobrecarregam, encontramos prazer em blogar.
E ressalto: quando eu digo que não tenho tempo, eu não tenho mesmo. 'Ah, mas você tá aí postando e visitando e comentando em blogs'. Pois é, eu tô. Mas a casa tá uma zona. Renúncia é a palavra. Renunciei minha necessidade visual de organização que satisfaz meu senso estético para postar. Haja amor, hehe.
2. Somos indecisos
Assim como vários dos blogueiros cujos blogs visitei hoje, eu fui constantemente bombardeada com a falácia de que a 'vida precisa ser decidida antes dos 20'.
Navegar em 'Sobres' foi algo revelador hoje. Encontrei gente como a gente, indecisa quanto ao rumo da vida. E, olha, essa parte deu um aliviozinho no coração.
3. Amamos posts estilo ' pequenas coisas que acontecem no dia-a-dia'
A coisa marlinda do mundo - com sotaque carioca - é ver pessoas que se inspiram com o cotidiano. Passamos a vida achando que apenas coisas grandes fazem a vida valer a pena. Mas não, gente
Sabe, sou fã de Titanic, já assisti tanto que perdi as contas. E quando o Jack diz que a vida tem que valer a pena, acho que ele quer dizer que a vida tem que ser significativa. E o valor agregado nas coisas que fazemos vem da gente e não dos outros.
Por isso, ver posts sobre as coisas mais diárias me anima: eu posso revê-las sob a perspectiva de quem as presenciou e achar a beleza, alegria, enfim, a coisa humana que faz com que aquela mesma coisa feita por mim seja diferente daquela mesma coisa feita por outra pessoa. Entende? Ficou repetitivo, mas o importante é entender.
4. Queremos interação, mas dá um friozinho na barriga
Esses blogueiros que li hoje querem ouvir quem os lê. E não só ouvir, querem responder, querem conversar. Poxa, sabemos quanto é raro, difícil e trabalhoso cativar leitores com o que escrevemos.
Sério, eu entendo como é preferir J.K. Rowling ao Blog da Also, hahahahaha, até eu prefiro. Gente, calma, não tô comparando. Com isso o que eu quero dizer é que a qualidade é garantida com a Rowling - com certificado de garantia de todos os continentes - e ficar na mão de alguém que não sabe o dia de amanhã - ainda mais quando o 'amanhã' é uma segunda - dificulta as coisas.
Em outras palavras: acompanhar alguém que entrega o que promete é mais fácil e prático do que caminhar junto e ver se sai algo no fim das contas. Mas é tão satisfatório fazer amigos na internet. As pessoas querem tanto - e me incluo nessa - mas ficamos naquela de 'meu tempo é pouco', 'será que não vou decepcionar?'. Todos nós vemos que precisamos sair disso e dar o primeiro passo, mas a coragem empaca.
5. Apreciamos a arte que é se expressar em palavras
Foram poucos os blogs que visitei hoje que fazem vídeos. A grande maioria é ali, na escrita do post, deixando seus pensamentos soltos às interpretações de quem os lê.
Não tenho nada contra quem faz vídeos. Acho chique quem edita, grava, roteiriza e tudo mais porque é super criativo e envolve várias etapas que só quem faz consegue sentir o drama da coisa. Mas também acho nobre quem se vira com aquilo que o teclado do PC disponibiliza e, de quebra, pede um help pro photoshop/banco de imagens/etc da vida.
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Se esse post fosse uma crônica teria uma moral, segundo dona Simone, minha professora de português da 3ª serie ~tempos idos~. Mas como não é, vou elaborar aqui uma conclusão meio 'aberta a sugestões' e essa conclusão de baseia em uma pergunta: por que eu e tantos outros escolhemos a blogosfera para expressar nossas vivências? Respondendo por mim, acho que queremos tanto dar forma às nossas ideias que vamos parar naqueles lugares nos quais nos sentimos mais acolhidos. Eu me sinto acolhida aqui, nesse cantinho que permite personalizá-lo até que ele se adapte ao meu gosto mutante.
E você, qual sua motivação para estar justamente aqui, na blogosfera? Se você leu até aqui e quiser compartilhar comigo, saiba que eu quero muito mesmo saber. Inté.