Depois que eu comecei com isso eu não posso mais parar, simplesmente não consigo. Uma vez alguém me disse que seu desejo era passear e saber ou imaginar - não lembro bem a palavra, mas lembro a essência e é essa que invoco agora - as histórias escondidas naquelas casinhas que ficam na beira da estrada, como vivem essas pessoas, o que sentem. Eu agora sinto essa ânsia de saber e conhecer mais das pessoas mas, antes de chegar nas casinhas na beira da estrada, encontro histórias urgentes pelo caminho. E com essas histórias eu firmei um compromisso que não quebrarei, pois antes de firmar com elas o fiz comigo mesma. Não é mais uma exigência, capricho ou tarefa, nem apenas questão de vida ou morte; é bem mais que isso. Preciso honrar esse compromisso pra organizar os pensamentos e as sensações, preciso fazê-lo para manter a sanidade.
As pessoas e os seus mundos próprios. Por Deus, não quero dar uma de Clarice escrevendo sobre Macabéa e enrolar, fugir do foco. Mas tudo isso é necessário, não é exagero; é essencial para fazer sentido e não ficar vago. E isso é, ao mesmo tempo, também a própria história, embora eu desconheça como ela se revela nas entrelinhas. Ela apela para outras histórias presas na minha memória, histórias que eu amarrei aqui na mente e que não deixarei irem pra longe.
Ao lembá-la parece até que recordo daquela música preferida, sabe? Vem toda aquela sensação de alegria por ouvi-la tocando, vêm também sentimentos mistos que a letra invoca junto com a nostalgia da melodia. Somente agora pude perceber: o que eu não quero esquecer é melodia de uma nota só; nota tocada baixa, esquecida, que não entrou pra escala.
Sinceramente, leitor, eu penso que até agora você deve estar esperando lógica e sentido, mas hoje a coerência não foi convidada. O que eu tenho que escrever, de alguma maneira, já está aqui e embora você possa desconhecer eu não me importo. Minha prioridade hoje é outra. E essas palavras já me lembram do que eu quero recordar. E sei que quando precisar voltar aqui, por escolha ou necessidade, essas palavras serão suficientes. Elas me lembrarão de alguém que só cheguei a conhecer a melodia da voz, mas que me fez rever e mudar meus conceitos. Realmente, não há padrões que suportem as particularidades... as generalizações erram por isso.
Sinceramente, leitor, eu penso que até agora você deve estar esperando lógica e sentido, mas hoje a coerência não foi convidada. O que eu tenho que escrever, de alguma maneira, já está aqui e embora você possa desconhecer eu não me importo. Minha prioridade hoje é outra. E essas palavras já me lembram do que eu quero recordar. E sei que quando precisar voltar aqui, por escolha ou necessidade, essas palavras serão suficientes. Elas me lembrarão de alguém que só cheguei a conhecer a melodia da voz, mas que me fez rever e mudar meus conceitos. Realmente, não há padrões que suportem as particularidades... as generalizações erram por isso.
O sistema não prevê variabilidade, muito menos que cada caso é específico e único no seu contexto e significação. Enquanto tentam me fazer jogar com números, tenho plena consciência das minhas ações e que posso interferir, intencionalmente ou não, na vida de muitas pessoas. Interdependência. Não, eu já fiz a minha escolha e um homem que trazia paixão, em vão ou por ironia, em seu nome me ajudou. E embora ele nunca chegue a saber que se dependesse exclusivamente de mim não teria sido daquele jeito, eu sei disso. E sinto muito, muito mesmo por isso não bastar.
Mesmo errante, até aqui sei que estive no lugar certo quando precisei estar. E isso basta ao meu coração e à minha mente.
Mesmo errante, até aqui sei que estive no lugar certo quando precisei estar. E isso basta ao meu coração e à minha mente.