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domingo, 27 de março de 2016

Como fazer uma revista literária com muito sacrifício: o Guia Prático

Quando a ânsia é de longa data

Aqui se fala em revista na plataforma digital e não impressa
Juro que esse post foi escrito pra lá de meia noite do dia 27. Juro juradinho.

Fazer uma revista literária é perfeitamente possível para você que se propõe esse objetivo. Não vamos entrar nos méritos de qualidade visual, porque isto, meu amigo, fica a gosto do freguês. 

Eu consegui me impor esse desafio e, depois de muita dor, pari meu rebento. Não é o mais lindo do mundo, mas tem seus encantos - claro, puxou a mãe hehehe.

Mas não vamos fugir do foco: o objetivo aqui é disponibilizar um guia prático de como fazer uma revista literária com muito sacrifício. É possível, minha gente. Pode ter muito desespero envolvido, muita palpitação no coração, a situação pode estar longe do tranquilo e do favorável, mas o fim chega e, com ele, aquele resultado do seu árduo esforço.

Entremos neste mundo repleto de possibilidades. Vambora que vamu ao nosso Guia Prático em 13 passos.


1. Tenha a ideia

Não precisa ser necessariamente uma revista literária. Pode ser qualquer segmento do seu interesse que as coisas vão fluir. O importante é ter afinidade com o tema pra, naquela hora que bater a vontade de desistir, você balancear a equação - calma que não tem química, não tem física. O truque é: aposte em algo que realmente goste para ter motivação.

2. Idealize

Definido o tema, pode soltar a imaginação. Pense no que você quer: uma revista de 50 páginas, um jornal de 8, não tem tempo ruim. Pense nas seções, no que você quer que as pessoas vejam ali e anote isso em algum canto - word, caderninho, Evernote etc

3. Planeje

Depois de anotar as ideias todas, planeje com calma em como transformar esses ímpetos em realidade. Você vai ter que ir pra algum canto? Vai ter que falar com pessoas? Vai ter que acompanhar notícias sobre x assunto? Então, organize-se para dar conta disso.

4. Disperse-se

Depois de dourar seu cérebro no azeite, espere a afobação passar. Sinceramente, você pode achar que tudo está muito além de qualquer possibilidade de realização e começar a se arrepender de tudo. Essa é a hora de pegar aquela série ou aquela música, assistir/ouvir e dar aquela dispersada. Se ajudar, finja que não é com você essa pressão toda.

5. Leve a sério e programe as matérias

Depois desse período de férias, recobre o compromisso e volte ao seu cronograma. Você precisará pensar o prazo de cada matéria/texto para não deixar muita coisa 'aglomerar'. Pense em datas e etapas de execução - ex: pesquisa, entrevista, imagens/fotos, etc.

6. Desespere-se tentando escrever com decência

Com o cronograma em execução, você pode chorar um 'tiquito' por achar que seu texto é uma merda. E, talvez, nessa primeira edição, ele seja mesmo. Não encasquete com isso, bola pra frente. Pense no futuro e nos louros da glória: daqui a alguns anos, tipo na 83ª edição, você pode olhar para essa primeira edição e rir de si mesmo e das coisas que escreveu. Recordar, como dizem, é viver e rir faz bem.

7. Encontre colaboradores

Agora, dê-se conta de que, dependendo do tamanho do seu projeto, o melhor é unir forças. Encontre pessoas de sua confiança que topem tocar o projeto com você e não tenha receio de dividir o fardo.

8. Tenha pequenos ataques do coração quando alguns deles declinarem

Quando aquelas pessoas com as quais você contava como certas disserem 'não posso' ou 'eu sei que topei, mas não consigo cumprir com essa data', tá liberado ter pequenos ataques do coração. Você pode quase infartar, mas se lembre daqueles que disseram 'sim' e siga em frente. Ah, e se lembre da segunda edição: pode ser que nessa as pessoas que declinaram topem.

9. Lembre-se dos prazos - e chore

Quando as pessoas que disserem 'sim, eu quero participar' te pedirem um prazo maior, fique de boa. Chore de indecisão, mas supere. Vai dar certo, vai sim. Pense pela perspectiva de a vida ter dado a você um tempo extra, então aproveite pra melhorar aquelas coisas que ficaram bem ~mais ou menos~.

10. Repense a periodicidade

E depois de refazer os prazos, pense um intervalo decente que possibilite a você mais comodidade para enquadrar o projeto na sua rotina e conseguir viver com decência, dignidade e o mínimo de protagonismo no seu rol de amigos.


11. Fique doente do dia de cobrir o evento - e chore mais ainda

Imprevistos surgirão, mas lide com eles. Lembra que você repensou a periodicidade? Então, sossegue, você tem tempo. O choro tá liberado pelas pegadinhas que a vida prega, mas relaxe e leve na boa.

12. Admire a obra finalizada

Depois dos altos e baixos, depois de superar barreiras que você julgava insuperáveis, dê aquele sorriso bobo. Tá liberado ficar uns 30 ou 40 minutos folheando a edição que você conhece de cor e salteado. Ninguém vai julgar você.

13. Compartilhe com o mundo

Agora que você deu aquela olhada terapêutica, é hora de compartilhar seu feito. Traduza pra todos os idiomas possíveis e compartilhe em fóruns - ou apenas chame sua mãe e mostre pra ela. Compartilhe com quem você quer que saiba dos seus empreendimentos e partiu descansar. Recarregue suas energias para a segunda edição.

***

Esse é um texto que eu gostaria de ter encontrado na internet antes de começar a minha empreitada para viabilizar a primeira edição literária da Revista Por Dentro. Parido o filho, ficam as orientações para quem quiser se aventurar por esse caminho.

Mas não pense que esse texto é inútil. As chances de eu mesma voltar aqui pra lembrar de algumas dicas é grande. Tendo, por fim, um leitor como certo, garante-se a função prática desse post. Amém.

sábado, 26 de março de 2016

Pequenos causos dos dias passados

Muito café coado nesse tempo de ausência

Tanta coisa aconteceu desde o último post - inclusive o rascunho de alguns textos com pretensão de serem publicados aqui. E, nesse meio tempo, eu baixei a bola e, mais uma vez, releguei o blog ao patamar de 'bloguinho das coisinhas diárias'.

Pois é, ele será apenas isso. Um lugar de desabafos e experimentações ~compartilháveis~. Quanto aos devaneios mais sigilosos que aspiram à notoriedade (oi??) da internet, estes continuarão na minha mente e naquele cantinho que eu só eu sei onde é e que não almejo compartilhar com o mundo, brigada.

Na verdade, esse post não pretende instigar teorias conspiratórias, Longe disso. Ele é apenas uma tentativa de organizar os anseios. Os meus, óbvio.

A verdade é que eu tenho feito coisas - bastante coisas, até -, mas não posso ficar quieta porque me parece que a vida está vaga.

Sim, eu não tenho postado, mas tenho feito coisas do tipo:

- Gravar vídeos desfocados;
- Tentar registrar minimamente as manifestações políticas ao meu redor;
- Me expressar diante da câmera do celular dizendo algo intelectualmente relevante;
- Planejar, escrever, editar e diagramar uma revista literária;
- Ir às aulas e fazer grande parte dos meus trabalhos feat apresentações em dia;
- Ler (até que pra fevereiro e março eu li relativamente bem mais do que nos últimos anos);
- Atualizar um site com uma frequência razoável, embora questionável;
- Ir à festas de 18 anos;
- Deixar de assistir séries de forma involuntária.

Este, claro, é um resumo bem por cima, mas que caracteriza bem meus últimos meses.

Fora isso, levei aquela rasteira da internet quando, há poucos dias atrás, notei que um ser humano havia me mandado uma mensagem em dezembro do ano passado dizendo que havia gostado muito do meu blog e que precisava falar comigo.

Me sentindo o pior dos seres humanos pela demora em notar o e-mail, eu abri e mensagem e a li. O conteúdo, para meu desprazer, de nada destoava de várias mensagens que a mesma pessoa havia enviado para muitos outros blogs - inclusive com os mesmos elogios vazios. Um spamzinho tão comum nos dias atuais. Normal da vida.

Depois desse leve choque de realidade, resignei-me de vez ao meu lugar na blogosfera. Sem aspirações ou pretensões. Bora tocar o barco com um post de cada vez.