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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Explicando 'Sinestesia'


Tem coisas na vida que a gente precisa saber. Na minha, por exemplo, tem duas coisas que me encasquetaram durante muito tempo. A primeira era achar esse desenho - procurei por anos, mas isso é assunto para outro post. Vamos tratar da segunda coisa.

Quando eu decidi colocar o banner da sinestesia, minha motivação foi puramente estética. Deixa eu explicar melhor: eu queria fazer um gif ~porque adoro coisas que mudam~, daí pensei "mas gif do quê, Andressa?' e o resultado foi a união do útil ao agradável. Assim, surgiu o Banner da Sinestesia.

Sinestesia, para quem não sabe como eu até os 17 é algo que eu vou tentar definir agora com as minhas palavras de estudante de jornalismo que tenta explicar funções cerebrais e cognitivas (oi?) sem entender sacoisalinda direito. Bora lá.

Construindo o conceito ao longo da escrita, tipo fluxo do pensamento


Então, começando decentemente, sinestesia é a capacidade que nosso cérebro tem de interligar sentidos. Basicamente, (que de básico, na minha opinião, não tem nada, porque #AchoChique #AchoEngenhoso #QueriaTer) o cérebro faz 'pontezinhas' (acho que são os neurônios) entre, por exemplo, audição e paladar. Logo, a pessoa tem a capacidade de sentir sabor dos sons, digamos.

Mas a sinestesia não se limita apenas a sentir sabor de sons. Você pode também ver palavras quando elas são vocalizadas. Exemplo: alguém diz terça-feira. Uma pessoa com esse tipo de sinestesia consegue ver cores ou ver a palavra se formando à sua frente. Já li bastante sobre pessoas que dizem 'ah, sábado é amarelo' ou 'fevereiro é vermelho'. 

Já li também sobre ouvido absoluto, mas não sei se é sinestesia. Acho que é. Segundo minha definição, é sim. Mas só acho.

Pelo que li também, a sinestesia é uma capacidade que todos os seres humanos têm quando nascem, mas que grande parte perde conforme o cérebro se desenvolve ou algo assim.

Enquanto isso, um grupo seleto de pessoas - não sei o quão seleto, mas acho que é bastante porque até hoje não conheci NINGUÉM - não perde essa capacidade e a leva ao longo da vida. Mas, não. Não é mito.

Tô lendo aqui e acho que não deu pra 'pegar' a ideia. Vamos pesquisar, Andressa. Vamos pesquisar para continuar esse post.

Construindo o conceito a partir de pesquisas e referências


Vale lembrar que você já deve ter ouvido falar de sinestesia ao estudar literatura. Mas essa sinestesia da qual se trata o post não é a mesma da literatura - que se refere a uma figura de linguagem. Também não se refere a como você aprende (se você é mais visual, auditivo ou sinesteta), não é isso também.

É como se a pessoa sinestésica tivesse um outro sentido, uma forma diferente de sentir que vai além da visão, audição, tato, olfato e paladar. É como se esses sentidos fizessem conexões entre si  e essas conexões ajudassem a gerar uma nova forma de experimentar o mundo.

Há sinestesias mais raras que outras, como é o caso de saborear notas musicais e sons. Pode parecer confuso (como o título desse post), mas acredite: você pega o jeito depois que se acostumar com as variações

[Recomendo a leitura desse post se houver interesse em sinestesia e ouvido absoluto.]

A motivação desse interesse e Experiências


Minha relação com sinestésicos é como aquela que nutro pelos mutantes do X-Men: queria ser um.

É uma forma peculiar de enxergar e sentir o mundo. A experiência com o que está à sua volta parece que é personalizada, entende?

Pode parecer loucura, mas consigo lembrar de algumas experiências que tive com a sinestesia.

Quando eu sinto cheiro de água fervendo (com sal e óleo para fazer macarrão) lembro de estar sentada na cozinha, vendo minha mãe ali. É automático. E, pelas perguntas que já fiz, a 'cozinha que eu lembro' era da época que eu tinha 3-4 anos.

Uma vez fiquei doente e estava meio febril. Eu estava no quarto da casa da minha madrinha e, próximo à parede, tinha uma madeirite (dessa rosinha) que ia do chão ao teto. Lembro que tinha uma cortina na frente da madeirite. Toda vez que eu olhava,sentia a madeira raspar na minha garganta. Era uma sensação que me deixava agoniada e que eu não sabia como, mas estava associada à madeira. Eu tinha uns 5-6 anos na época.

Esses dias, no trabalho, estava digitando em uma planilha excel quando, de repente, cada toque do dedo no teclado me dava uma sensação estranhíssima. A sensação era de um novo sentido, totalmente inexplorado. Eu parei de digitar, passei o polegar pelos outros dedos (tipo assim: eu pego o polegar e encosto no mindinho e arrasto pro anelar, dedo médio e depois indicador - e repito algumas vezes) para 'sentir' e nada. A coisa era com o teclado. Mas aí, meu chefe chegou e pediu pra eu inserir um dado na planilha e lá fomos nós. Quando voltei a digitar, a mesma sensação. Eu digitava e fechava os olhos para me concentrar na sensação que me dava agonia. Lembrei da parede e, de repente, a sensação foi passando. 
***

Não sei se você já teve alguma sensação similar à sinestesia ou se conhece alguém que tenha a própria. Por isso, peço de coração: se conhecer, por favor, eu imploro, me avisa, ok? Então tá combinado.

sábado, 15 de agosto de 2015

Para as próximas gerações


Depois de uma semana puxada. Depois de pensar em mil ideias para postar. Depois de descartar outras mil. Depois de pensar se eu daria conta disso. Depois de mil indecisões, assim, de repente, abro o bloco de notas e idealizo um futuro melhor.

Um futuro que eu gostaria que fosse tangível para todos, incluindo aí minha geração. Mas, caso não seja pro meu bico, deixo registrado aqui meu desejo rimado de que seja possível para as gerações que vierem.

Para as próximas gerações

Menos cobrança aos 20
Mais consciência coletiva
Menos responsabilidade 

Mais MPB
Mais Elis, mais Chico, mais Caetano, mais Gadú
Mais Cecília, mais Clarice, Vinícius, mais Machado

Mais livros na mala
Mais viagens na vida 
Mais intensidade nas sensações
Menos preocupações

Mais idas ao parque
Mais vida observada
Mais livros no coração
Menos chateação

Mais músicas na alma
Mais serenidade
Mais luas vistas
Menos pessoas idas

Mais reticências
Mais vírgulas
Mais exclamação
Bem mais pontuação

Mais pessoas na vida
Mais acasos contemplados
Mais expressão
Menos solidão

Mais rimas
Mais poesia
Mais abstração
E mais, muito mais indecisão.

domingo, 9 de agosto de 2015

É bom andar a pé

Aviso - a introdução desse post é longuinha. Então, vamos naquele esquema da praticidade que já usei em outro post: para ler na íntegra, mete bronca e pra ler a versão resumida, vá para a parte negritada. Bora lá.

Hoje eu camelei pela blogosfera - como de praxe, enquanto a vida não resolve entornar o caldo pro meu lado. E encontrei blogs muito legais. Muito legais mesmo. Na maioria das vezes eu chinelo por horas e não acho leituras agradáveis, mas hoje acho que tive sorte. Ou, talvez, tenha pegado o jeito, porque depois de tanto tempo alimentando essa prática, um dia a gente tem que acertar o ponto, né?

Minha lista de 'blogs pra visitar com frequência' tá crescendo e isso significa que eu tô encontrando pessoas que postam um conteúdo legal e do meu agrado. Ipi ipi urra. E isso me animou tanto - mas, calma, porque não foi só isso.

O motivo de ser desse post não é listar esses blogs - porque eu tenho fé de que encontrarei mais deles e não quero acabar com minha maré de sorte. Mas a verdadeira motivação é que, lendo a página 'Sobre' da maioria deles, eu me identifiquei. E a identificação foi tanta que me veio a ideia de escrever sobre essas similaridades que nos levam a blogar, apesar dos pesares.

1. Não temos tempo

Não somos popstars, muito menos assediados por fãs, mas temos compromissos que vão desde a faculdade, até o trabalho e as obrigações da vida cotidiana. Pero así mismo, com todas as coisas que nos sobrecarregam, encontramos prazer em blogar. 

E ressalto: quando eu digo que não tenho tempo, eu não tenho mesmo. 'Ah, mas você tá aí postando e visitando e comentando em blogs'. Pois é, eu tô. Mas a casa tá uma zona. Renúncia é a palavra. Renunciei minha necessidade visual de organização que satisfaz meu senso estético para postar. Haja amor, hehe.

2. Somos indecisos

Assim como vários dos blogueiros cujos blogs visitei hoje, eu fui constantemente bombardeada com a falácia de que a 'vida precisa ser decidida antes dos 20'. 

Navegar em 'Sobres' foi algo revelador hoje. Encontrei gente como a gente, indecisa quanto ao rumo da vida. E, olha, essa parte deu um aliviozinho no coração.

3. Amamos posts estilo ' pequenas coisas que acontecem no dia-a-dia'

A coisa marlinda do mundo - com sotaque carioca - é ver pessoas que se inspiram com o cotidiano. Passamos a vida achando que apenas coisas grandes fazem a vida valer a pena. Mas não, gente

Sabe, sou fã de Titanic, já assisti tanto que perdi as contas. E quando o Jack diz que a vida tem que valer a pena, acho que ele quer dizer que a vida tem que ser significativa. E o valor agregado nas coisas que fazemos vem da gente e não dos outros. 

Por isso, ver posts sobre as coisas mais diárias me anima: eu posso revê-las sob a perspectiva de quem as presenciou e achar a beleza, alegria, enfim, a coisa humana que faz com que aquela mesma coisa feita por mim seja diferente daquela mesma coisa feita por outra pessoa. Entende? Ficou repetitivo, mas o importante é entender.

4. Queremos interação, mas dá um friozinho na barriga

Esses blogueiros que li hoje querem ouvir quem os lê. E não só ouvir, querem responder, querem conversar. Poxa, sabemos quanto é raro, difícil e trabalhoso cativar leitores com o que escrevemos. 

Sério, eu entendo como é preferir J.K. Rowling ao Blog da Also, hahahahaha, até eu prefiro. Gente, calma, não tô comparando. Com isso o que eu quero dizer é que a qualidade é garantida com a Rowling - com certificado de garantia de todos os continentes - e ficar na mão de alguém que não sabe o dia de amanhã - ainda mais quando o 'amanhã' é uma segunda - dificulta as coisas. 

Em outras palavras: acompanhar alguém que entrega o que promete é mais fácil e prático do que caminhar junto e ver se sai algo no fim das contas. Mas é tão satisfatório fazer amigos na internet. As pessoas querem tanto - e me incluo nessa - mas ficamos naquela de 'meu tempo é pouco', 'será que não vou decepcionar?'. Todos nós vemos que precisamos sair disso e dar o primeiro passo, mas a coragem empaca.

5. Apreciamos a arte que é se expressar em palavras

Foram poucos os blogs que visitei hoje que fazem vídeos. A grande maioria é ali, na escrita do post, deixando seus pensamentos soltos às interpretações de quem os lê.

Não tenho nada contra quem faz vídeos. Acho chique quem edita, grava, roteiriza e tudo mais porque é super criativo e envolve várias etapas que só quem faz consegue sentir o drama da coisa. Mas também acho nobre quem se vira com aquilo que o teclado do PC disponibiliza e, de quebra, pede um help pro photoshop/banco de imagens/etc da vida.

***

Se esse post fosse uma crônica teria uma moral, segundo dona Simone, minha professora de português da 3ª serie ~tempos idos~. Mas como não é, vou elaborar aqui uma conclusão meio 'aberta a sugestões' e essa conclusão de baseia em uma pergunta: por que eu e tantos outros escolhemos a blogosfera para expressar nossas vivências? Respondendo por mim, acho que queremos tanto dar forma às nossas ideias que vamos parar naqueles lugares nos quais nos sentimos mais acolhidos. Eu me sinto acolhida aqui, nesse cantinho que permite personalizá-lo até que ele se adapte ao meu gosto mutante. 

E você, qual sua motivação para estar justamente aqui, na blogosfera? Se você leu até aqui e quiser compartilhar comigo, saiba que eu quero muito mesmo saber. Inté.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

5 revistas digitais e sites femininos alternativos


A internet tem seus pontos bons e ruins, mas também tem os ótimos. Dentre as vantagens de pagar um plano de internet - que na maioria das vezes é super lento, sem falar na internet do celular, então... aff - está o acesso a um conteúdo alternativo, que sai da caixinha daquilo que estamos acostumados a consumir.

Um desses conteúdos super ótimos é direcionado ao público feminino. Se você não tem internet lhe restam tv e revistas. E, convenhamos, isso aqui e isso também não expressam mulheres reais que trabalham fora, em casa, estudam e blogam, né? O glamour empurrado goela abaixo vendido nas novelas e capas de revista é puro photoshop e ilusão de ótica. 

Mas, voltando à ideia da internet, hoje temos opções e isso significa um rompimento com essa papagaiada de mulher idealizada-perfeita-santa-gata-gostosa. Isso porque essas opções disponíveis nos possibilitam ver um outro lado que acaba expressando muito mais a realidade do que é ser mulher. E  como não se sentir representada assim, enxergando a realidade na lata, não é?

E daí, eu estava me sentindo super contente com essa representatividade e com o acesso a informações que acrescentam algo na minha vida quando pensei: será que as pessoas conhecem essas revistas digitais e sites femininos alternativos onde não são obrigadas a engolir baboseiras da mídia tradicional? Se não conhece, acredite: você vai gostar. Não importa se você é homem ou mulher, o conteúdo é muito bom para quem entende que esses paradigmas e amarras sociais precisam ser superados. Bora lá, então.

1. Capitolina


Faz um tempinho que eu conheço esse site e ele é super bacana. A proposta é a de um site voltado para garotas adolescentes que não se veem representados nas mídias tradicionais. Os assuntos são diversificados, indo de cinema e culinária a quadrinhos e games.

Tem muitas colaboradoras, de várias áreas, que fazem ilustrações e escrevem colunas super legais. Ah, e também está no facebook.

2. AzMina


Conheci essa revista digital - que ainda está em formação - através do projeto criado para financiá-la no juntos.com.vc A questão da falta de representatividade da mulher real -seja ela cis ou trans - é o fator motivador desse projeto.

AzMina também está no face e lá você vê que a coisa é feita ali, lado a lado, com participação do público, seja na ajuda pra levantar verba ou na junção de material.

3. Lado M


Quando eu vi esse vídeo, tive que compartilhar imediatamente. E foi assim que eu descobri o site Lado M. Nele você percebe de cara que o diálogo é de mulher real pra mulher real.

O canal também tem conteúdo super bom e, sem contar que você aprende muito. Vale a pena, gente.

4. ModeFica 


Procurando por informações sobre coletor menstrual, um dos sites que chamou minha atenção foi o ModeFica. Lá elas têm um projeto de colaboração tão legal que eu fiquei empolgada - porque, né, tô na esteira do jornalismo e quando a gente vê conteúdo bom com oportunidade os olhos brilham.

Sem contar que elas veem com um amor aquilo que é de produção artesanal e nacional que dá orgulho. E, pra me ganhar por completo, descobri o ModeFica Offline. Gamei. 

5. Think Olga


E por último - mas não menos importante - tem esse site que me deixou sem palavras quando o conheci através da campanha Chega de Fiu Fiu.

Os amigos divulgando em peso no facebook e eu fui conferir e senti aquele orgulho de saber que há sim coisa boa pra se ler e acompanhar nessa internet. 

***

Se você não conhece alguma delas, sugiro que separe um tempinho para conhecê-las. Ah, se você conhece alguma revista com conteúdo bacana e que vai na proposta dessas 5 que separei nesse post, me avisa pelos comentários ou na fanpage. Ficarei agradecida.