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domingo, 31 de outubro de 2010

De pensamento e de vida...


Eu pensei ter andado tanto
que pensei estar cansada
Pensei que era demasiada
minha breve jornada.

Pensei num infinito
que se acabasse por inteiro
Pensei na despedida
que me arrasasse o corpo inteiro.

Pensei no rosa e existi
Pensei ter pensado
Por um longo tempo dormi
Mal percebi, já havia chegado.

Pensei, ingênua e inocente,
em coisas banais
Pensei "por que tanta gente?"
Pensei em botos, lendas, carnavais.

Pensei nos números amigos
Pensei nas letras envolventes
Pensei nos algarismos antigos,
nas palavras doces e quentes.

Pensei no amor pra vida inteira
Nas alegrias dos momentos
Pensei nas frases faceiras
pensei na anulação do sofrimento.

Pensei no depois
pra não pensar no agora.
Pensei, vivi e pensei
Mal percebi, fui embora.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O tempo certo de cada livro...



"Abramos o livro!", gritaram juntas em coro Ansiedade e Curiosidade quando, através dos olhos de X, viram-no. Inventaram mil aspirações, aspirações essas que não tardaram em passar à menina enquanto ela mirava com intensidade capa e contra-capa daquele tesouro que tinha em mãos; fizeram-na devorar, letra por letra, o título instigante. Venceram! X levou o livro.

Ansiedade e Curiosidade, imediatamente, levaram-na a lê-lo avidamente. E fez-se o desapontamento da pobre X... Não! Definitivamente não gostara do que lia, 'Deixemos de lado essas tais folhas banais...', disse, impetuosamente, Ansiedade. 'Mas, o que há em outras páginas não se compara ao que se encontra em suas cinco, seis páginas iniciais. Um simples rabisco põe o pé a porta com medo e insegurança, mas logo esse rabisco se desfará de toda timidez e surpreenderá a todos com o que nos dirá. Continue a ler, X!'

X, convencida, não pela argumentação de Curiosidade, mas por suas belas palavras empregadas tão habilmente, pôs-se a ler aquele livro contra sua própria vontade ou interesse. 'Em dois dias, no máximo, X terminará esse livro e estará livre para outro que lhe acrescente algo.' Ansiedade impôs a X um prazo que a menina não queria, mas prometera seguir.

Os dois dias se passaram, mas X não terminara o livro.

"Como não?", gritaram, perplexas, Curiosidade e Ansiedade, fazendo, assim, com que X, finalmente, ganhasse voz:

— Cada livro retira de nós algo antes de nos acrescentar conhecimento de mundo, coragem, perspectivas... E isso demanda tempo de nossas vidas. Pena não podê-las fazer entender o tempo certo de cada livro.
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Uma frase surgiu pra mim hoje e eu, tentei o melhor que pude, não deixá-la isolada. Organizei todas as outras apenas para servirem de suporte para que, no fim de tudo nos ajudassem a entender que é preciso que aproveitarmos ao máximo o tempo certo de cada livro.

domingo, 10 de outubro de 2010

Não sou melhor que minha mãe...



Não, não sou melhor que ela e também não sou melhor que muita gente que eu adoro criticar. Mesmo assim, critico. Pode-se até dizer que sou pior que ela e toda essa gente. Sou.

E venho aqui esclarecer isso antes que me ponham alva metida em vestes de santa. As palavras não são boas, nem adequadas, mas são essas.

E antes que algum de vocês intervenha nessa minha confissão com um "Não é isso que viemos aqui ler, querida!", usando de um tom aparentemente calmo que me deixe beirando a insanidade, eu declaro que é exatamente sobre isso que eu venho escrever.

Ah, e antes que você ouse pensar que minha declaração inicial vale somente para essa pessoa farsante que vos escreve, eu te descerei de seu pedestal, leitor. E se você ousar perguntar "Ah, mas por que escreves assim, dessa maneira tão grotesca?", eu faço o favor de te responder. Porque eu não quero que você se perca em lapsos e esqueça de tentar encontrar algo que te assemelhe a mim...
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Ainda mais quando esse algo que nos une é tão malvisto, não?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Devaneios de uma adolescente... (VI)

CAPÍTULO 6 - Aos leitores, uma explicação...

O que se escreve quando outra coisa toma sua mente por completo? Mesmo que essa coisa não tenha a mesma importância pra você, leitor, gostaria de compartilhar minha angústia do momento. Sim, eu o perdi! Ah, isso me estraçalha a alma. Tudo bem, tudo bem, eu sei que foge à narrativa, porém, como podemos contar histórias passadas quando histórias presentes nos afetam?

Ele estava comigo, era meu e, agora, talvez esteja perdido para sempre! Para sempre!
Oh, você compreenderá que essa expressão pesa muito quando ainda se é adolescente. Pra sempre é uma eternidade. Mas eu tenho, tive e terei muitas e muitas eternidades, muitos "para sempre"... você também.

Bom, chega de chateá-lo com minhas bobagens. Perdeu-se e pronto! O que posso fazer? Angustiar-me? Já o fiz. E muito. Prometo que continuo a narrativa noutro momento. Agora, vou correr para Lizzie. Ela sim, como sempre, me fará rir dessa situação. Até o próximo capítulo menos conturbado.