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quarta-feira, 1 de maio de 2019

o que fazer com impressões? - parte 2

Impressão, nascer do sol - Monet

por isso, antes de sair do apartamento, eu pensava em como seria nosso reencontro. e não foi tão regado à constrangimento como eu pensei que seria.

ela me abraçou e até se desculpou pelo que aconteceu no nosso adeus no aeroporto. eu nem lembrava mais.
a sensação que eu tive na hora foi de que ela achava que meu silêncio, de certa forma, foi uma resposta aquele episódio. só que não foi, de verdade não foi.

e então eu comecei a pensar no quanto eu relevo algumas coisas e voltei a lembrar daquele dia: será que é em um momento assim que a gente percebe as coisas como elas são de fato? mas, sei lá, inconscientemente eu prefiro não pensar muito nisso.

e também prefiro não pensar muito no que aconteceu e no que eu fingi não notar. mas é inevitável. os toques disfarçados, os olhares, a aproximação, a animação repentina...

no começo eu apenas neguei, mas estão me permiti a dúvida, me permiti observar com isenção. agi como eu quis agir e ocasionalmente captei o que rolava.

e então eu tentei ver as motivações. por que ela estava fazendo aquilo? e eu não tenho respostas. talvez o álcool, talvez uma espécie de troco ou a emoção de flertar com o proibido.


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