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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Poeminha do meu desespero


Cada um tem seu dia de falar, de "apresentar" o texto. Na verdade, tudo não passa de um grande debate, onde alguns alunos colaboram com suas opiniões e outros com suas dúvidas ou achismos. Nada demais. Ou melhor, nada demais para alguém que seja minimamente normalizinhx, logo não serve pra mim. Tudo demais. Tudo muito demais.

Por que, Senhor????? Por que na divisão das tarefas da vida a função de ser dramática coube a miiiiim????

Acontece que meu dia chegou e não é que eu não tenha o que falar, não é isso. Também não é que eu não saiba debater. A questão é a palavra. Você já reparou que quando se está em um debate tipo "roda aberta" as pessoas brigam pela palavra? Pois se não reparou, eu já. A questão é que eu não sei disputar a palavra. Ou tenho preguiça, não sei. Enfim, prefiro fazer minhas pontuações mentalmente e só observar.

Mas a sociedade estabeleceu — sem me consultar — que você não pode se graduar sem expor sua opinião para conhecimento geral. Indícios dessa sociedade que fomos criando já se proliferam desde a época do defunto Orkut — que Deus o tenha. Por que não fizemos nada??? Por que não detemos isso?? Não, não vamos deter isso. Conforme-se, Andressa. 

Eu estava nervosa, ansiosa, queria morrer, queria fugir etc. Mas era meu dia de conduzir o texto. Listei mentalmente minhas opções e a melhor delas foi originada por um pensamento do tipo "tire algo de bom desse momento". Daí, fiz um poema. Não que eu quisesse eternizar meu drama. Mas acho que é bom para ver como as coisas parecem ser na hora do desespero e como elas realmente são no pós-drama.

Venha ler minha composição poética que batizei de "Poeminha para o bloco de notas":

Santa Nota, tenha dó
Meu coração dispara
Ansiedade me ampara
E minha boca é um nó

Santa Nota, tenha pena
Borboletas voam dentro de mim
Quero que o dia chegue logo ao fim
Trago as mãos trêmulas

Santa Nota, faz favor
Com seu poder tecnológico
Trate de por fim a esse troço
E me livre desse horror

Santa nota, eu te peço
Me ajude a sobreviver
Prometo que depois explico pra você
Tudo rimadinho em versos

No fim de tudo, abri o debate com uma obervação meio argh sobre a teoria de Weber e o nome do livro (observação essa que foi suficiente para garantir minha participação no debate, mas que falhou em empolgar os gatos pingados que resolveram ficar para a segunda parte da aula).

Então, fica a minha dica. Algo tá tirando você do sério, te atormentando a vida? Respire fundo — se precisar, conte até 10 —, crie um poeminha e se concentre apenas em rimar. Faço disso minha colaboração para o universo das pessoas ansiosas como yo ou, simplesmente, um poeminha para rir, sem maiores pretensões. Vamos consolidar o poeminha como uma obra aberta, onde você é quem escolhe a utilidade. Acho até melhor, hehe.

Um comentário:

  1. Comigo acontece a mesma coisa. E olha que em Economia tem muito disso, já que cada um segue uma corrente e todos se descabelam para defender suas ideias. A vontade que tenho e de ficar na minha, absorver o que me pode ser útil e deixar que os demais discutam sozinhos. Mas não é assim que a banda toca e é preciso participar. Então, no próximo espero me lembrar da tua dica, porque não tem sido fácil! Hehe

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