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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tempo cronometrado pra minha idéia...


"A intenção da reforma ortográfica é tornar mais fácil a comunicação entre os países de língua portuguesa, para facilitar [nos] negócios, na comunicação etc etc", afirmou alguém no YAHOO. Não serei hipócrita ao ponto de alegar que sei de cor todas as regras gramaticais que vigoravam antes desse acordo. Porém, devo confessar que não me sinto nada à vontade em escrever idéia sem acento. Não sei bem o que é, mas sem acento e no plural ela se assemelha à palavra ideais. E eu não gosto disso. Toda vez que a vejo sem acento, parece que ela está despida, que algo está faltando. E não está?

Não posso me conformar com isso. Ninguém deveria se conformar com essa reforma ortográfica totalmente desnecessária. E é rumo a essa realidade que seguimos, a realidade de juntar tudo e fazer uma coisa só (meu conceito indignado de globalização). Ridículo! Qualquer um que tenha ouvidos saberá que nós, brasileiros, NÃO falamos como os portugueses, angolanos, moçambicanos, etc falam. E o pior de tudo é que essa unificação que a tal reforma propõe (e impõe) não nos alcança em nível algum a não ser o político (e, como nada nesse mundo é inocente, econômico).

O que dá a eles o direito de pensar que com essa reforma estão melhorando as coisas? Oras! Não sabem eles que por mais que todos os países lusófonos tenham o idioma em comum, cada um PENSA o mesmo idioma à sua maneira.

Em Portugal, por exemplo, vão tirar o C da palavra TECTO (que seria o nosso "teto", telhado). Porém, TETO sem o C, pra eles, já tem um significado, no caso, seria a nossa palavra TETA (seio). Agora, imaginem um português lendo: "O medo é a qualidade de quem não tira as teias de aranha do teto, temendo que o teto caia." (John Garland Pollard). Imagine o que ele pensará à princípio, vivendo uma vida inteira na qual essa palavra tem um significado bem diferente, convenhamos.

E então, como fica tudo isso? Nosso idioma está mais para a fusão de dialetos africanos, indígenas e europeus do que para o PORTUGUÊS propriamente dito. E, para comprovar o que eu escrevo, basta ouvir um angolano e um brasileiro falando. Quais deles mais se assemelham com o de Portugal? (momento "pergunta retórica" finalizado.)

Com isso, podemos perceber que a citação do início da postagem está equivocada por dois motivos:


1° Não torna mais fácil nem na língua falada...
2° E muito menos na língua escrita, pois cada país pensa o idioma de forma diferente.

E, então? O que fazemos? Ficamos parados e começamos agora a treinar nos posts a nova regra ortográfica? Ou nos negamos a fazer parte desse joguinho político? Estamos falando do modo gráfico do nosso idioma, a maneira como nos expressamos. Não quero sentir minha idéia incompleta e despida ao escrever uma IDEIA errada, que não me represente. Quero ter esse idioma nosso ao meu dispor, pronto a seguir qualquer regra dos meus devaneios. Eu quero meu idioma singular, único, mesclado com pés-de-moleque, sutiãs, xampus e laranjas.

Eu quero um idioma brasileiro...
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Eu quero o que já temos e estamos com o tempo contado pra perder.

Um comentário:

  1. Você escreve muito bem :D adorei sem blog!!!
    E isso é uma verdade!! Deveria voltar ao normal "/
    Mas viu...uma dica...muda ou a letra ou o fundo do seu blog...tá bem difícil ler na parte em que você escreve de roxo...hehehehehe
    até outro post o/

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